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“Dia-a-dia” ou “Dia a dia”: saiba quando usar o hífen

O novo Acordo Ortográfico já está em vigor no Brasil há cerca de 10 anos, mas ainda são comuns algumas dúvidas quanto a, por exemplo, o uso ou não do hífen. E é sobre isso que vamos falar nesse post.

Por mais que tomemos cuidado na hora da escrita, alguns velhos hábitos são difíceis de mudar, e acabam se manifestando no momento de uma produção de texto, nos colocando em dúvida. É o caso, por exemplo, da expressão dia a dia – ou será dia-a-dia?

Uns apostam na primeira, outros na segunda opção, há ainda quem afirme que as duas alternativas estão corretas. No entanto, de acordo com as normas ortográficas vigentes atualmente no Brasil, há apenas uma opção correta, e é a primeira, sem o hífen.

Isso porque, a partir da reforma, locuções adverbiais, substantivas, adjetivas, pronominais, prepositivas ou conjuncionais não levam mais hífen. Dia a dia entra nessa regra por ocupar a função de locução adverbial e também substantiva, dependendo do sentido em que a expressão é empregada:

Locução adverbial – Quando usada para se referir a uma ação realizada todos os dias ou que ocorre à medida que os dias passam:

O estoque é conferido dia a dia.

O valor do dólar vem aumentando dia a dia

Locução substantiva – Quando a expressão dia a dia é utilizada com o sentido de cotidiano:

Essa é minha rotina, é isso que faço no meu dia a dia.

Mas para você não precisar ficar pensando se a expressão sobre a qual tem dúvida se enquadra em algumas das locuções acima (sabemos que não é tarefa das mais simples), vou facilitar sua vida e deixar aqui algumas das regras mais fundamentais sobre o uso do hífen, a partir da reforma ortográfica, que acredito que vão te ajudar bastante.

Essa pode parecer complexa, mas resolve a maioria das situações:

Quando um prefixo termina em vogal e a palavra seguinte começa com ‘r’ ou ‘s’, não se usa hífen, mas dobra o ‘r’ ou ‘s’. Os prefixos aos quais essa regra se aplica são: ante-, anti-, co-, contra-, entre-, extra-, intra-, infra-, pré-, pró-, sobre-, supra-, ultra; e também os chamados ‘falsos prefixos’ ou ‘elementos não autônomos’: aero-, arqui-, agro-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, macro-, maxi-, mini-, micro-, multi-, neo-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-.

Vamos ver alguns exemplos:

Já no caso de outras locuções com esses prefixos, nas quais não há o encontro de vogal+r ou vogal +s, prefixo e segundo elemento são juntados, tornando-se uma só palavra, mas sem duplicar nenhuma letra.

Porém, continuam com hífen as locuções:

Também foi mantido o hífen em locuções que não são formadas por prefixos, mas por verbo+substantivo ou substantivo+substantivo, tais como:

E assim como dia a dia, são grafadas separadamente, e sem hífen, expressões como:

Bom, vou ficando por aqui, porque esse post acabou ficando bem maior que o planejado! Mas, ainda assim, pode ser que algumas dúvidas não tenham sido respondidas aqui, afinal, de regras e exceções nossa gramática está cheia, não é mesmo? Por sorte, a internet também está cheia de sites e blogs repletos de informação, por isso, se ainda está em dúvida, continue pesquisando. Só não vale escrever errado, afinal, seu cliente espera, sempre, um texto perfeito.

Alguma outra dúvida sobre o hífen ou sobre o novo Acordo Ortográfico? Deixe aqui nos comentários

Tá vendo como escrever é simples, mas nem tanto? Se você ainda precisa de ajuda com criação de textos, conte com os profissionais do Meu Redator.

 

Escrito por:


Maria Helena Favaro

Mestre em Linguística Aplicada pela UFSC e doutoranda em Análise do Discurso pela UNISUL. Apoiadora do Meu Redator e escritora nas horas vagas.

 

 

 

 

 

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