Gamificação (ou gamification) é uma expressão que representa transformar algo em jogo ou brincadeira para incentivar o engajamento e motivar ações.

Ela pode ser usada em variadas espécies de negócio, inclusive na produção de conteúdo e no marketing.

É uma estratégia que visa tornar a experiência do usuário mais divertida, enquanto a fidelização com a marca vai aumentando.

Vamos entender melhor o seu processo na sua produção de conteúdo?

 

Gamificação como estratégia diferenciadora na produção de conteúdo

Assim como no mundo dos games, essa estratégia precisa apresentar características específicas: possuir regras fixas, os resultados precisam ser mensuráveis, tem que demandar um esforço do usuário e apresentar uma recompensa final ao atingir a tarefa demandada.

A gamification usa como um dos gatilhos o senso de urgência, ao buscar a competição e estimular que o usuário procure continuamente o aumento do seu desempenho para ter a recompensa final.

Trazendo para você uma explicação neurobiológica do poder dela, atingir os objetivos das tarefas (e, lógico, obter algum tipo de retribuição) ativa em nosso cérebro a produção de dopamina (substância da sensação do prazer).

Nosso cérebro se dá conta dos benefícios dessa substância no organismo e assim irá buscar senti-la novamente.

Já numa explicação da psicologia, segundo Skinner, as consequências apresentadas logo após um comportamento podem modificá-lo no futuro. As recompensas aumentariam a probabilidade de o comportamento ocorrer mais vezes.

Então, essa estratégia na produção de conteúdo oferece um motivo para o engajamento com a marca, aumentando a experiência do usuário e proporcionando satisfação.

Assim como em todo tipo de estratégia, seja no marketing ou em qualquer outra área, terá de haver um planejamento, com objetivos e mensuração dos resultados, para que o plano possa ser posto em prática e para que se verifique se as metas estão sendo atingidas.

Possivelmente seu objetivo final seja aumentar o lucro da empresa. OK. Mas tente desmembrá-lo em objetivos secundários, que são os que levariam a ele no final do encadeamento, está bem?

Então, o que você deseja? Sinalizar para o mercado a sua existência? Incentivar as pessoas a entrar em contato com os produtos, conhecer a marca, visitar o blog ou página no Facebook? Motivar a compartilhar algo ou a fazer pequenas compras? Estimular as pessoas a fazer recomendações e comentários para amigos? Percebeu como podem existir vários objetivos mais específicos?

Lembre-se de que em todos os comportamentos, haverá uma consequência reforçadora para ele. Algo que motive o usuário a continuar interagindo e a aumentar a sua experiência.

Para que tudo se encaixe, você terá que ter a definição da persona que você quer atingir. Sabendo o perfil dessa persona, você especificará as recompensas cabíveis.

Isso tudo demanda um estudo, pois o que significa recompensa para alguém, pode não ser para outra pessoa. Por exemplo, chocolate pode ser ao mesmo tempo recompensador (para quem ama) e desestimulador (para quem tem alergia).

Então, se você não souber o que agrada a sua persona, consequentemente não estimulará o comportamento que você quer aumentar de frequência, como o engajamento com a marca.

A gamification, assim, precisa ser bem estruturada. Alinhada aos objetivos, ao perfil da persona, ao estágio de compra em que ela se encontra e ainda, caso queira, a um storytelling da marca.

 

Gamificação e o marketing

Duas empresas que utilizam a gamificação como estratégia para o aumento do consumo são o Mercado Livre e a Starbucks.

No Mercado Livre, você tem metas para ganhar badges e acumula pontos a cada compra. Isso aumenta a sua qualificação como comprador e dá benefícios, como o frete grátis.

A Starbucks possui o programa “My Starbucks Rewards”, que pontua os clientes de acordo com suas compras. O grau de fidelização aumenta a cada nível. E a cada quantia da pontuação, o cliente tem direito a produtos e bebidas.

Percebeu o tipo de game que essas marcas utilizam?

Então, como já dito no começo, no momento da construção do seu planejamento, tenha em mente os pequenos objetivos do visitante. Eles serão desmembrados para cada etapa do game e deverão estar de acordo com a elevação dos níveis.

Você pode dar a opção de cada usuário possuir um avatar, isso deixará o perfil mais personalizado e agradável.

As medalhas e os badges (exemplos de recompensas) serão proporcionais aos ganhos. O caminho a percorrer deve ser desafiador e instigante.

A referência que você pode ter é a de um jogo de videogame. No Super Mario Bros., em cada fase há objetivos e desafios diferentes. Há um desafio grande final, que é derrotar o Bowser, e enfim, salvar a princesa Peach.

No marketing, o seu objetivo é aumentar o lucro. E como você chegaria a isso? Aumentando as vendas, talvez.

Mas se você se lembrar das fases da jornada de compras que o usuário percorre antes de tomar a decisão final, perceberá que nem tudo é tão simples assim. Então, como manter o engajamento dele em cada fase? Que objetivos e que tipos de interações e desafios cada uma teria? E que recompensas você ofereceria para cada?

Só não dificulte muito o desafio, a ponto de fazer o usuário desistir. Se você chegou a jogar Pokémon Go na época da febre, deve ter percebido que algumas vezes era bem difícil conseguir pokébolas. Dependendo da localização real do jogador, os pokéstops (onde se pegava as pókebolas) ficavam a km de distância. Isso acabou desestimulando muitos jogadores a continuar jogando.

Lembre-se sempre também das boas recompensas. São elas que vão estimular a pessoa a querer continuar o jogo.

 

Como usar a gamificação na produção de conteúdo

Qual o objetivo de um conteúdo? Ensinar o leitor, passar conhecimento, não é?

Então uma forma de usar a gamification aqui seria inserindo pequenos questionários (no estilo Show do Milhão) em cada etapa ou conceito que você queira apresentar.

A cada resposta certa, o usuário passaria de fase, tentando subir de nível gradativamente. Medalhas poderiam ser recompensas intermediárias. O compartilhamento do jogo poderia ser um objetivo de uma das fases. Já a recompensa final poderia ser ganhar descontos na compra de um produto ou receber amostras grátis dele em casa.

De qualquer forma, você vai buscar o aumento do engajamento, melhorar a experiência do usuário e oferecer as recompensas de acordo com a sua evolução.

Mas esses são apenas exemplos. Você pode elaborar as estratégias de acordo com o tipo de produto que você está oferecendo ou com a etapa da jornada de compras. Entendeu?

Só não se esqueça de colocar as características: regras fixas, resultado variável e mensurável, desafios e recompensas. O que vai determinar a gamificação são esses critérios. Assim, sorteios, por exemplo, não chegam a fazer parte do conceito.

Os jogos têm o poder de entreter e motivar há muitos anos. Além disso, promovem o engajamento de uma forma lúdica, pela própria experiência do jogador. Inseri-los no marketing e na produção de conteúdo pode ser uma excelente estratégia para buscar mais leads, não acha?

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